terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ocapi(Okapia johnstoni), um fóssil vivo

Superficialmente o ocapi lembra um cavalo, que foi classificado como tal, da primeira vez que um naturalista observou um, entre 1887 e 1889, por Henry Stanley. Seu pescoço é longo em comparação aos outros ruminantes e suas orelhas são grandes e flexíveis. O corpo é de cor marrom-chocolate com listras brancas-creme distribuídas pelas pernas. Sua coloração única torna a parte negra do seu corpo invisível dentre a vegetação tropical fechada. Os ocapis machos possuem um par de cornos cobertos por uma fina camada de pelos, com tamanho máximo de 15 cm. Esses chifres estão fundidos com o crânio e ficam sobre a órbita, voltados para trás. As fêmeas possuem uma coloração mais avermelhada, brilhante, e são normalmente cerca de 4,2 cm mais altas que os machos.

Ambos machos e fêmeas possuem glândulas interdigitais nas suas patas dianteiras. O que o distingue como um membro da família das girafas é sua língua comprida, escura e musculosa usada para pegar o alimento e para limpar os olhos. Também o formato do crânio e seu modo de caminhar, que lembra o da girafa: ambos girafas e ocapis mantém as patas na mesma direção do corpo quando correm, movendo-as alternadamente.

A família dos girafídeos diferenciou-se dos outros artiodátilos há apenas 25 milhões de anos atrás. Os seus numerosos representantes povoaram o mundo antigo até o final do Terciário. Há 20 milhões de anos, os gêneros Palaeotragus e Giraffokeryx eram girafídeos típicos, este último com dois pares de cornos. Há 10 milhões de anos, Mioceno Superior, existiram várias subfamílias,entre a elas, a do Sivatherii, que lembrava um boi. Os gêneros atuais, Giraffa e Okapia surgiram mais ou menos na mesma época do sivatério, e são os únicos sobreviventes dessa diversificada família de ruminantes. Uma forma pleistocênica de ocapi foi o ocapi-de-stille (Okapia stillei).

Okapia é uma corrupção do nome nativo dos pigmeus africanos o´api, que refere-se ao ocapi, palavra que representa os ruídos que emite. Johnstoni em homenagem a Sir Harry H. Johnston, explorador e autor, que descobriu o ocapi na Adiminstração Colonial Britânica na África Central. O ocapi era desconhecido fora da África até a virada do século XX, entretanto ele ainda continua sendo um dos animais menos conhecidos pelos zoológicos... Foi graças ao explorador e autor inglês: Sir Harry H. Johnston (1858-1927), e às boas relações que ele mantinha com os pigmeus, que se veio a conhecer o ocapi em 1901. Henry Stanley foi o primeiro a penetrar na densa floresta de Ituri, em 1890, expondo a existência do ocapi em seu livro "In Darkest Africa".

Em seus escritos, ele cita a sua surpresa quando os pigmeus nativos Wambutti relatam que eram parecidos com cavalos, e por causa dos ruídos que produziam, chamam-no de o'api (interpretado por Stanley como atti). Persistentes rumores desse estranho animal parecido com cavalo, levaram Johnston a fazer uma jornada ao Congo, em 1899. O animal era velho conhecido dos pigmeus e outros povos nativos da floresta Ituri que o caçavam por comida.

Depois de ganhar a confiança dos pigmeus, ele aprendeu mais sobre o animal e teve certeza que o o'api era uma espécie de zebra da floresta, aguardando uma descrição científica. Johnston conseguiu mostras de pele desse animal que enviou a Royal Zoological Society de Londres, em 1900. Da análise resultante, foi declarado que o "novo" animal não se tratava de uma zebra, tampouco de uma espécie de cavalo, mas que era muito similar a extinta girafa de pescoço curto, do gênero Helladotherium, a qual viveu a mais de 10 milhões de anos atrás na Europa e na Ásia.



Fonte: http://www.lidora.info/

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