domingo, 29 de novembro de 2009

Ecocuriosidades:Peixe Venenoso e voraz do Pacifico invade o ecossistema das Américas


Venenoso, voraz e fecundo, o peixe-leão (Pterois voligtans), originário do oceano Pacífico, incursionou com força como espécie de fora nas águas do mar do Caribe e do golfo do México, ameaçando alterar ecossistemas, tradicionais bancos de pesca e áreas de mergulho mais além, no Atlântico norte e sul. A história parece um conto apresentado pela Natureza, pois em 1992, na passagem do furacão Andrew pela península norte-americana da Flórida, se rompeu o aquário de um restaurante na área dos cais onde havia seis exemplares do peixe de águas distantes, que por seu aspecto feroz e arrogante foi batizado de “leão”.
“É um peixe bonito, atraente, que chega a medir 45 centímetros de comprimento, de corpo colorido com tons vermelhos e pardos com listas brancas, além de chamativas barbatanas dorsais junto às quais possui, assim como na região anal e pélvica, perigosas espinhas venenosas”, descreveu à IPS o biólogo Juan Posada, responsável pelo departamento de biologia de organismos da Universidade Simon Bolívar, de Caracas.
Se no Pacífico um adulto chega a 38 centímetros de comprimento, no Caribe são encontrados exemplares com 45 centímetros, o que dá uma ideia de seu êxito como espécie invasora”, alertou Lasso.Além disso, destacou o especialista, é extremamente fecundo. Uma fêmea, como ocorre com outras espécies, pode por um milhão de ovos, e como em casos semelhantes, os ovos podem ser devorados, mas os do peixe-leão têm mais oportunidade de sobreviver porque as fêmeas não desovam em temporadas, mas durante todo o ano. Os ovos, fecundados, flutuam e se espalham ajudando os filhotes a irem cada vez mais longe.
“Por experiência, é praticamente impossivel erradicar a espécie, chegou para ficar, será preciso conviver com o problema e tentar manejá-lo”, disse Posada.A dificuldade para seu manejo está nas fortalezas do peixe, incluído o veneno protéico que fica em uma espécie de cápsula entre as duas púas de cada espinho e que é disparado ao simples contato com o mais longo deles. Embora o veneno não seja letal para humanos, produz intensa dor na área afetada, e geralmente náuseas, vomito, enjôos, dor de cabeça, ansiedade e, talvez, influa em arritmias, com efeito durante horas e até dias”, explicou Posada.Entre os cuidados básicos para os afetados estão limpar a ferida com soro salino para eliminar restos de espinhos e glândulas venenosas, tomar um analgésico e mergulhar a área afetada em água o mais quente possível durante 30 minutos, pois o veneno se desnaturaliza com o calor, aconselha Posada. “O mesmo principio de desnaturalizar o veneno funciona para que captura um peixe e deseja comê-lo, pois é comestível, sua carne é boa, mas não chega a substituir espécies próprias do Atlântico e do Caribe, que destrói”, acrescentou
Os ictiologistas apostam na informação aos pescadores, mergulhadores esportivos ou profissionais, autoridades, navegantes, comunidades litorâneas e consumidores, sobre os riscos da introdução de espécies de fora. O exemplo, na Venezuela e em dezenas de outros países, é o da tilápia, em sua variedade negra ou de Moçambique (Oreochromis mossambicus) ou hídrica de quatro variedades que a produz vermelha ourosada, e que teve impacto negativo na fauna aquática de rios, lagoas, lagunas e estuários.Lasso recordou que há algumas décadas foram introduzidos 800 exemplares da variedade moçambicana na lagoa de Patos, no nordeste venezuelano, existam nesse pequeno corpo de água outras 30 espécies de fauna aquática. Cinco anos depois, 80% delas haviam desaparecido.Os pesquisadores insistiram que “a presença e introdução de espécies de fora, como mascotes, para contemplação, decorativas ou com propósito de fazer dinheiro rapidamente, como foi o caso da tilápia, costuma ter efeitos prejudiciais para o entorno e, lamentavelmente, o peixe-leão seguramente ajuda nisso”. Sobre quanto afetará o Caribe, sua pesca e seu turismo, ainda não é possível prever. Apenas acaba de aparecer um novo pirata neste mar povoado de historias de pirataria.

Fonte: http://www.carbonobrasil.com

2 comentários:

Gabriel Camboim disse...

A gente tem que tomar cuidado com o que tem na praia, nem sempre ela é só sol e água salgada...

Lilian disse...

Olá amigo,

Boa matéria postada e bem interessante.

Serve de alerta, para todos tomarem o devido cuidado.
Fraterno abraço,
Lilian

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