Há décadas, pescadores japoneses descrevem a existência de uma
baleia muito rara, negra e bicuda, chamada de karasu – ou “corvo”. Como um
exemplar nunca foi capturado ou encontrado morto e imagens com detalhes nunca
foram registradas, cientistas acreditavam se tratar de apenas lendas.
Tudo
isso mudou quando um indivíduo dessa espécie desconhecida foi encontrado morto
em uma praia do Alaska em 2014. Cientistas confirmaram que se trata de uma nova
espécie em um trabalho publicado no último dia 9, na revista Marine Mammal Science.
“Há
muita gente pesquisando sobre baleias há muito tempo, mas nunca encontramos
isso em uma pesquisa científica”, diz Phillip Morin, pesquisador geneticista no
NOAA Southwest Fisheries Science Center, na Califórnia. “É uma coisa enorme
descobrir isso. É surpreendente que não tenhamos visto isso antes”, diz ele.
O que incentivou Morin a procurar por essa
espécie foi um trabalho publicado por cientistas japoneses em 2013, que sugeria
que três baleias encontradas mortas no litoral japonês pudessem representar uma
nova espécia. A conclusão do trabalho, porém, foi que as amostras eram muito
pequenas e que era necessário expandir a pesquisa.
Quando a baleia morta foi encontrada no Alaska em 2014, a
National Geographic descreveu o acontecimento: “um jovem professor de biologia
viu a carcaça parcialmente enterrada na areia em uma praia remota. Ele alertou
uma pesquisadora, que pensou se tratar de uma Berardius. Mas um exame mais
detalhado mostrou que a carne era muito escura e a nadadeira dorsal muito
grande e flexível. O animal era muito pequeno para ser um adulto Berardius, mas
seus dentes estavam gastos e amarelados com a ação do tempo”.
Apesar
de parecida com a Berardius, essa nova espécie tem dois terços do tamanho da
primeira, e tem o formato da cabeça diferente e um bico mais curto. A
localização de sua nadadeira dorsal é levemente diferente.
Essa
nova espécie não havia sido identificada até agora porque os poucos exemplares
encontrados foram confundidos com a Berardius e porque esse animal passa muito
tempo em águas profundas, fora de contato com seres humanos.
Moris
diz que é incrível descobrir em 2016 um novo mamífero de 7 metros, mas que esse
caso é um exemplo de como ainda não conhecemos o mar profundo. “Há um grande
espaço para investigar. Provavelmente não vamos encontrar muitas baleias
grandes, mas quem sabe? Eu não ficaria surpreso se houvesse mais baleias que
nunca foram registradas antes”, afirma ele.
Um fato curioso sobre a descoberta da nova espécie é que havia
um esqueleto da “baleia corvo” bem debaixo do nariz dos pesquisadores desde
2004. Esse indivíduo foi encontrado morto naquele ano e seu esqueleto foi
colocado em exposição em uma escola de ensino médio do Alaska desde então. Na
época, ele foi incorretamente identificado como uma Berardius.
Os
pesquisadores conseguiram confirmar que se trata da nova espécie através da
análise genética de amostras tecidos que foram mantidos desde 2004
Fonte: http://news.nationalgeographic.com/
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