quarta-feira, 9 de novembro de 2016

No Alaska nova espécie de baleia é encontrada

Há décadas, pescadores japoneses descrevem a existência de uma baleia muito rara, negra e bicuda, chamada de karasu – ou “corvo”. Como um exemplar nunca foi capturado ou encontrado morto e imagens com detalhes nunca foram registradas, cientistas acreditavam se tratar de apenas lendas.
Tudo isso mudou quando um indivíduo dessa espécie desconhecida foi encontrado morto em uma praia do Alaska em 2014. Cientistas confirmaram que se trata de uma nova espécie em um trabalho publicado no último dia 9, na revista Marine Mammal Science.
“Há muita gente pesquisando sobre baleias há muito tempo, mas nunca encontramos isso em uma pesquisa científica”, diz Phillip Morin, pesquisador geneticista no NOAA Southwest Fisheries Science Center, na Califórnia. “É uma coisa enorme descobrir isso. É surpreendente que não tenhamos visto isso antes”, diz ele.
O que incentivou Morin a procurar por essa espécie foi um trabalho publicado por cientistas japoneses em 2013, que sugeria que três baleias encontradas mortas no litoral japonês pudessem representar uma nova espécia. A conclusão do trabalho, porém, foi que as amostras eram muito pequenas e que era necessário expandir a pesquisa.
Quando a baleia morta foi encontrada no Alaska em 2014, a National Geographic descreveu o acontecimento: “um jovem professor de biologia viu a carcaça parcialmente enterrada na areia em uma praia remota. Ele alertou uma pesquisadora, que pensou se tratar de uma Berardius. Mas um exame mais detalhado mostrou que a carne era muito escura e a nadadeira dorsal muito grande e flexível. O animal era muito pequeno para ser um adulto Berardius, mas seus dentes estavam gastos e amarelados com a ação do tempo”.
Apesar de parecida com a Berardius, essa nova espécie tem dois terços do tamanho da primeira, e tem o formato da cabeça diferente e um bico mais curto. A localização de sua nadadeira dorsal é levemente diferente.
Essa nova espécie não havia sido identificada até agora porque os poucos exemplares encontrados foram confundidos com a Berardius e porque esse animal passa muito tempo em águas profundas, fora de contato com seres humanos.
Moris diz que é incrível descobrir em 2016 um novo mamífero de 7 metros, mas que esse caso é um exemplo de como ainda não conhecemos o mar profundo. “Há um grande espaço para investigar. Provavelmente não vamos encontrar muitas baleias grandes, mas quem sabe? Eu não ficaria surpreso se houvesse mais baleias que nunca foram registradas antes”, afirma ele. 
Um fato curioso sobre a descoberta da nova espécie é que havia um esqueleto da “baleia corvo” bem debaixo do nariz dos pesquisadores desde 2004. Esse indivíduo foi encontrado morto naquele ano e seu esqueleto foi colocado em exposição em uma escola de ensino médio do Alaska desde então. Na época, ele foi incorretamente identificado como uma Berardius.
Os pesquisadores conseguiram confirmar que se trata da nova espécie através da análise genética de amostras tecidos que foram mantidos desde 2004


Fonte: http://news.nationalgeographic.com/

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