sábado, 10 de dezembro de 2011

Basilisco, o lagarto que anda sobre as águas

O basilisco se tornou conhecido por três motivos: o primeiro é que ele é um dos lagartos mais bonitos das Américas, com suas cristas, sua coroa óssea e cores vivas espalhados por seus cerca de 80 cm de comprimento. O segundo é que ganhou seu nome de um animal mitológico fantástico, o basilisco das lendas gregas e medievais. Nas lendas era o rei das serpentes, e andava ereto como um homem sobre duas pernas. Sua presença afastava ratos e outros animais indesejados. Recentemente, um famoso livro sobre um bruxo adolescente teve um basilisco como vilão.
Quando chegaram às matas da Amazônia, os exploradores europeus devem ter achado que aquele estranho e belo animal devia ser o animal mitológico de que tanto ouviam falar, e deram-lhe este nome. Mas o terceiro e mais incrível motivo de admiração por este lagarto é sua capacidade de correr sobre a água. Durante uma fuga de um predador, dirigem-se para um curso de água, que pode ter até 50 m. de largura, e colocam-se correndo sobre as patas traseiras como uma pessoa ou ave. Os longos dedos traseiros possuem uma dobra de pele cada que, quando o basilisco se põe a correr, se abrem durante a descida da pata, e se fecham imediatamente quando puxado para cima. Então esta dobra apresenta uma certa resistência que o permite se manter acima da superfície até que consiga escapar do perigo e nem se arriscar a virar comida de grandes peixes ou jacarés.Mas mesmo que ele tente atravessar um rio muito grande, não tem problema, pois o basilisco sabe nadar muito bem.
O basilisco consegue uma grande variedade de alimentos nas florestas tropicais em que vive: insetos, frutas, pequenos caranguejos, anfíbios, roedores, ovos e filhotes de aves, folhas e outros. Os filhotes comem quase que apenas insetos. Na natureza, sua habilidade de fuga o torna uma presa difícil para seus predadores, como as raposas, serpentes e aves de rapina. Porém, sua maior ameaça é a destruição das matas em que vive, assim como a poluição dos rios e os venenos usados nas plantações, que contaminam não só o ambiente como também os insetos que servem de alimento a este fascinante animal.


Fonte: http://www.zoologico.sp.gov.br/

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