quinta-feira, 4 de março de 2010

Qual foi o ataque de baleia mais marcante da história?


Foi uma investida feita por um cachalote enfurecido, no início do século 19, contra um navio baleeiro no meio do Pacífico. O cetáceo, de 26 metros, trombou violentamente duas vezes com a embarcação, apenas 1 metro maior do que o animal, até afundá-la de vez. Os marinheiros conseguiram escapar ao ataque, mas, após meses à deriva no mar, poucos sobreviveram - e isso após fazerem coisas inimagináveis para não morrer. Essa história acabou inspirando o escritor americano Herman Melville (1819-1891) a escrever um dos clássicos da literatura, Moby Dick.

Veja como foi a história:

O baleeiro Essex deixou o porto de Nantucket, na costa de Massachusetts (EUA), em 1819, para uma expedição de caça no Pacífico Sul. Com 27 metros de comprimento e 238 toneladas, era liderado pelo capitão George Pollard Jr., de 28 anos, e levava a bordo outros 20 marujos. Em novembro de 1820, um ano após a partida, os marinheiros avistaram um grupo de baleias e já foram lançando seus arpões. Entre elas, estava um enorme cachalote de, estima-se, 26 metros e 80 toneladas. Com a cabeça cheia de cicatrizes, ele parecia não temer os caçadores .
E não temia mesmo. Subitamente, o cetáceo vingador, que estava a 100 metros, sacudiu a cauda e nadou na direção do Essex, atingindo-o brutalmente na lateral. O barco balançou como se tivesse batido numa rocha, derrubando todos no chão. Após o primeiro choque, o cachalote enfurecido se distanciou uns 600 metros e mirou a embarcação de novo, espancando a água com a cauda. O animal então partiu como um míssil na direção do barco e deu o baque fatal. O Essex rachou e começou a afundar. A baleia desvencilhou-se das tábuas estraçalhadas e nadou para longe, sem nunca mais ser vista
Apavorados, os 21 homens embarcaram em três botes levando 65 galões de água e 100 quilos de biscoitos. Um mês depois, chegaram a uma ilha deserta, mas, pensando que não durariam muito ali, partiram em dois botes para tentar chegar à América do Sul. Três homens decidiram ficar. Os botes logo se perderam um do outro. No barco do capitão Pollard, os homens já padeciam de diarreia, desmaios e feridas por causa da dieta ruim. Sem água, eles passaram a beber o próprio xixi. Então, os mais fracos começaram a morrer. Os primeiros corpos foram jogados no mar, conforme a tradição naval.
Porém, quando o rango acabou de vez, os náufragos se desesperaram. Para não morrer de fome, decidiram praticar canibalismo, se alimentando dos próprios companheiros mortos. Primeiro, cortavam a cabeça e, em seguida, devoravam o coração e o fígado. Algumas semanas se passaram e, como não houve mais baixas, os desesperados resolveram tomar uma decisão ainda mais extrema: tirar na sorte quem seria sacrificado para alimentar o grupo. O carrasco executor também foi sorteado.
Finalmente, 95 dias após o ataque do cachalote, o bote do capitão Pollard foi resgatado por um barco. A essa altura, de tão desorientados, ele e o outro sobrevivente nem notaram a aproximação da embarcação salvadora - estavam roendo os ossos de um colega morto.

• Dos 21 marujos, só oito sobreviveram: dois do bote do capitão, três do outro bote e três salvos da ilha. Dos 13 mortos, sete foram devorados pelos companheiros

• A força do impacto da baleia foi tão grande que equivaleria ao baque de um carro de 1 tonelada a 100 km/h.


Um comentário:

Salatiel Gualter disse...

A natureza se revolta contra o homem... conheça as caricaturas de Salatiel Gualter www.salatielgualter.blogspot.com

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