sexta-feira, 27 de abril de 2012

Será que viajar no tempo é possível?

Esqueça os filmes de ficção científica. De um ponto de vista puramente físico, a viagem para o futuro não somente é possível, como acontece sempre. Entretanto, viajar para o passado é um problema um pouco maior. “Nós podemos viajar em diferentes níveis para o futuro”, afirma Seth Lloyd, professor de engenharia mecânica quântica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). “Mas viajar para o passado, e mudar as coisas, é mais controverso”. 
Para um exemplo de viagem no tempo bem palpável, pense nos satélites de GPS. Se não fossem construídos para serem calibrados, eles revelariam o tempo com uma diferença de 38 microssegundos todos os dias. “Os relógios na Terra andam um pouco mais devagar do que os satélites no espaço”, afirma Lloyd.A justificativa é a relatividade, descrita por Einstein. Um objeto que se move mais rápido em relação a outro experimenta uma passagem de tempo mais lenta. Imagine satélites se movendo a 14 mil quilômetros por hora. A segunda justificativa tem a ver com a gravidade. Relógios mais próximos de uma massa gravitacional, como a Terra, se movem mais devagar do que os mais distantes. Os satélites orbitam 20.100 quilômetros da superfície da Terra. 
Ambos os casos de dilatação – espaço ou gravidade – permitem viajar para o futuro. Fazer tal feito é questão de investimento e tecnologia. “Fazer uma viagem via relatividade vai exigir soluções de engenharia para construir coisas como motores de foguete com combustível suficiente para viagens muito longas”, afirma o professor de física Jeff Tollaksen.Ir e vir até uma estrela distante nem seria necessário. O efeito seria atingido se simplesmente ficássemos em uma centrífuga gigante a quase a velocidade da luz (apesar da morte iminente). A segunda tentativa, da gravidade, também seria letal. Digamos que você possa ficar em uma estrela de nêutrons por alguns anos, e uma década teria passado na Terra. Mas, é claro, você não sobreviveria à super gravidade do corpo celeste. 
De acordo com a relatividade geral, um buraco negro rotatório pode modificar o espaço e tempo, formando caminhos para momentos antigos. Entretanto, a idéia comum de viajar no tempo parece um pouco “além” demais. Lloyd conduziu experimentos quânticos que sugerem que as linhas do tempo se mantém consistentes. “A idéia foi enviar um fóton alguns bilionésimos de segundo até o passado e tentar fazer com que ele destruísse seu antigo ser”, afirma.Mas conforme os fótons chegavam mais perto de interferir em si mesmos, a probabilidade do experimento dar certo ficava menor. “Nossa teoria tem uma censura automática de coisas que são completamente inconsistentes. Quando você volta no tempo, não importa o quanto tente, não consegue mudar o que quer mudar”. Existem outras formas de viajar ao passado, como viajar na velocidade da luz ou os teóricos “buracos de minhoca”, que conectam diferentes regiões do cosmos. Mas nenhuma dessas alternativas parece muito palpável. Temos simplesmente que admitir os erros do passado e conviver com eles. “Mesmo que as leis da física nos permitissem visitar o passado, não é claro ainda como isso aconteceria em nosso universo”, finaliza Lloyd. 


 Fonte: http://www.livescience.com

Um comentário:

Roberto Copeti disse...

Um detalhe que parece escapar a todos: giramos a 1.670 quilômetros por hora, orbitando a 30 quilômetros por segundo ao redor de uma pequena estrela. O Sol, e você e eu, e todas as estrelas que podemos ver estão movendo-se a milhões de quilômetros por dia
no braço externo da espiral, a 64.000 quilômetros por hora,
nesta galáxia que chamamos de Via Láctea. Desta maneira, voltando no tempo, apareceríamos ONDE? No mesmo ponto geográfico? Nosso planeta estará em outro local, muito muito distante. Seria como acertar duas vezes na mesma gota de água em uma cachoeira.
Assim, se já houve ou haverá viagem no tempo, o destino será sempre o mesmo: em algum ponto distante deste imenso e frio universo...

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