domingo, 15 de março de 2009

Campanha contra etanol brasileiro


Países ricos promovem campanha difamatória contra álcool combustível brasileiro baseada em informações improcedentes.O etanol brasileiro tem sido vítima sistemática numa guerra de desinformação, segundo André Correia do Lago, diretor do departamento de energia do Ministério das Relações Exteriores. O ministro avalia que alguns países têm usado com estratégia divulgar informações erradas e inverídicas sobre etanol brasileiro para dificultar a aceitação do produto no exterior.Segundo Lago, quase todo o conteúdo publicado pela mídia dos países ricos tem viés negativo para o etanol brasileiro, com o objetivo de criar resistências ao produto frente à opinião pública. Lago lembra o argumento defendido por autoridades européias de que as plantações de cana-de-açúcar para produção de etanol estão tomando o lugar das lavouras de alimentos. Segundo essa tese o crescimento das lavouras de cana levaria milhões de pessoas a passar fome no mundo. “Esse é o tipo de idéia mal intencionada. De toda a área própria para lavoura no mundo, a cana-de-açúcar representa apenas 1%. Como se pode fazer uma previsão insensata como essa? A única explicação é o protecionismo”, avalia.Para Eduardo Leão de Souza, diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), uma das estratégias do protecionismo é fornecer informações falsas para justificar as barreiras ao etanol brasileiro. Souza lembra que no ano que vem o Brasil terá oportunidade para exportar álcool para a União Européia (UE), uma vez que entrará em vigor uma norma que obriga a distribuição de diesel com 10% de etanol nos países que compõem a comunidade.No entanto, o diretor da Unica observa que as empresas candidatas a fornecer o produto terão de ser certificadas, e os critérios para issso ainda não foram definidos. “Nossa preocupação é que, para fornecer a certificação, a UE crie um conjunto de normas impossíveis de serem cumpridas. Isso já ocorreu anteriormente. O que se questiona, não são as barreiras tarifárias impostas, mas as exigências excessivas. Este caso é muito semelhante ás exigências que carne brasileira precisa atender para ser comercializada no exterior”, avalia Souza.O chefe da delegação da Comissão Européia no Brasil, João José Soares Pacheco, discorda do governo e dos empresários brasileiros que reclamam de protecionismo. Assegura que as regras para se exportar para a UE são claras. Em primeiro lugar, quem quiser exportar para a Europa também precisará abrir seus mercados para os europeus. A outra exigência apontada por Pacheco é de ordem ambiental. “Se para plantar cana-de-açúcar for preciso derrubar a Amazônia e o Pantanal, então esse etanol não será aceito no mercado europeu”, adverte.O aumento das exportações de etanol nesta década comprova a força do biocombustível brasileiro: de 2001 a 2008, o volume da vendas externas cresceu 600%, passando a 3,6 bilhões de litros anuais. Em valores, o crescimento superou os 1000%, chegando a US$ 1,5 bilhão no ano passado.Tendo em vista o volume de produção, a qualidade e a tecnologia utilizada, há uma expectativa por parte do setor sucroalcooleiro brasileiro de que essas barreiras possam ser abrandadas, criando um ambiente favorável para a consolidação da liderança do Brasil na exportação de etanol.

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