Abelhas
são conhecidas por produzirem mel, cera, própolis e pólen. Também a preciosa geléia
real e até o seu veneno, utilizado na apiterapia. As abelhas listradas em
preto e amarelo fazem parte do imaginário coletivo por serem
comumente retratadas em desenhos e livros infantis. E há quem só se lembre
das abelhas pelo doce de seu mel ou pela dor de sua picada. Mas o que a
maioria das pessoas desconhece, é que as abelhas cumprem um papel infinitamente
mais relevante: são os melhores e mais eficientes agentes polinizadores da
natureza, responsáveis pela reprodução e perpetuação de milhares de espécies
vegetais, produzindo alimentos, conservando o meio ambiente e mantendo o
equilíbrio dos ecossistemas. Também poucos sabem que existem no mundo mais de
20 mil espécies de abelhas. Só no Brasil são mais de 3 mil espécies, a maioria
de abelhas nativas sem ferrão. Em meio a todo este rico, mas desconhecido
universo, nos últimos anos um problema pauta a apicultura em todo o mundo: o
desaparecimento e a morte massiva das abelhas. De proporções expressivas – só
nos EUA mais de 1/3 dos enxames têm sido perdidos todos os anos – o Brasil
e a América Latina começam a se mobilizar frente aos diversos relatos de
mortalidade de abelhas, de causas ainda controversas.
A
Campanha “Sem Abelha, Sem Alimento” tem o objetivo de conscientizar as pessoas
para a importância destes polinizadores e a necessidade de sua proteção.
Para
auxiliar os meliponicultores nesta bonita empreitada em prol das abelhas,
apresentamos a partir de hoje uma série de espécies de plantas utilizadas para
o fornecimento de recursos tróficos. É claro que devido à extensão do
território brasileiro e sua complexidade florística não temos a pretensão de
abranger todas as espécies, mesmo porque existem lacunas a serem preenchidas
sobre a flora de várias regiões. Apresentaremos os nomes das espécies visitadas
por abelhas, suas características e muitas informações sobre o seu plantio o qual
será ampliada à medida que novas informações surgirem.
BRACATINGA
NOME CIENTÍFICO
Mimosa scabrella
Família: Mimosaceae (Leguminosae – Mimosoideae)
Espécie: Mimosa scabrella Bentham
Sinonímia botânica: Mimosa bracaatinga Hoehne
Nomes vulgares: abracatinga, anizeiro, bracatinga, paracatinga, mandengo.
Espécie: Mimosa scabrella Bentham
Sinonímia botânica: Mimosa bracaatinga Hoehne
Nomes vulgares: abracatinga, anizeiro, bracatinga, paracatinga, mandengo.
Aspectos ecológicos
A bracatinga é uma espécie pioneira, típica de
capoeiras e capoeirões. Ocorre na floresta secundária, muitas vezes em
formações puras (bracatingais), após ação antrópica, o que a caracteriza como
espécie agressiva. Vive, em média, por vinte e cinco anos, sendo, portanto, uma
espécie de baixa longevidade. Mimosa scabrella é uma essência típica do
planalto sul-brasileiro e exclusiva da vegetação secundária da Floresta
Ombrófila Mista, principalmente onde ocorrem áreas perturbadas (Carvalho,
1994).
Descrição
A bracatinga é uma árvore perenefólia, com altura
variando entre 4 e 18 m e DAP (diâmetro à altura do peito), entre 20 e 30cm. Em
maciços, apresenta tronco reto, com fuste de até 15 m. Porém, quando isolada, o
tronco é curto e ramificado. A copa é arredondada e seu diâmetro, assim como a
forma do tronco, varia de acordo com a localização da árvore: em povoamentos, o
diâmetro da copa é, em média, de 1,5 m e, em árvores isoladas, pode atingir 10
m.Os indivíduos jovens apresentam casca externa marrom-acastanhada e, quando
adultos, castanho-acinzentada. A casca interna possui coloração bege-rosada a
rosada (Carvalho, 1994).As folhas são compostas, muito variáveis, com 4 a 14
pares de pinas opostas de 3 a 6 cm de comprimento e folíolos de 4 a 8 mm, em
número de 15 a 30 pares por pina (Lorenzi, 1992). As flores são amarelas e
pequenas, agrupadas em capítulos pedunculados, axilares ou terminais. Rotta
& Mendes (1990) concluíram que apenas 10% das flores produzidas formam
frutos. Estes são sésseis, deiscentes, com até 48 mm de comprimentos por 9 mm
de largura e alojam de 2 a 4 sementes (Lima, 1985). As sementes são
irregulares, escuras e brilhantes. Apresentam dimensões de 6 mm de comprimento
por 3 mm de largura.
Informações botânicas
A bracatinga é uma planta hermafrodita, porém a
fecundação é preferencialmente cruzada, sendo a polinização feita
principalmente por abelhas do gênero Apis sp e Trigona sp
(Catharino et al., 1982). Os frutos, bem como as sementes, se dispersam,
sobretudo, pela ação da gravidade. Ao caírem no solo, as sementes formam bancos
permanentes e a viabilidade das mesmas pode perdurar por 4 anos ou mais
(Carpanezzi et al., 1997). A floração e a frutificação, que se iniciam dois
anos após o plantio, ocorrem em períodos distintos nos Estados de São Paulo,
Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. De junho a setembro ocorre floração
no Paraná e Santa Catarina e, nesses Estados, a frutificação se dá entre
dezembro e março. Em São Paulo, a floração acontece em julho e a frutificação
em dezembro. No Rio Grande do Sul, a floração ocorre de julho a outubro e a
frutificação, de novembro a fevereiro (Carvalho, 1994).
Ocorrência natural
No Brasil, a bracatinga ocorre naturalmente nos
Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do
Sul e São Paulo, compreendendo latitude de 21º 30’ S (Minas Gerais) a 29º 50’ S
(Rio Grande do Sul). Ocorre em altitudes de 700 a 2000 metros.
Apicultura
O “mel de bracatinga” é rico em glicose,
com cristalização rápida (Embrapa, 1988). Essa espécie fornece néctar e pólen
durante o inverno, aspecto importante para a apicultura.
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