Virus
são criaturas interessantes, não são consideradas seres vivos, pois não possuem
organelas existentes em células vegetais e e animais que o definiriam com tal e
estão no planeta provavelmente a milhões de anos. Há algum tempo atrás um vírus
que estava adormecido por 30 mil anos teria ''ganhado vida'' novamente, segundo
cientistas da Universidade de Aix-Marseille, na França. Ele foi encontrado na
Sibéria, em uma camada profunda de permafrost, o solo encontrado na região do
Ártico formado por terra, gelo e rochas permanentemente congelados. Após ter
sido descongelado, o vírus voltou a se tornar contagioso.Os
cientistas afirmam que não há risco de o contágio representar algum perigo para
humanos ou animais, mas alertaram para o possível risco para humanos de outros
vírus infecciosos que podem ser liberados com o eventual descongelamento do
permafrost. O estudo foi divulgado na publicação especializada Proceedings
of the National Academy of Sciences (PNAS).
O
antigo vírus foi descoberto enterrado a trinta metros do solo congelado.
Chamado Pithovirus sibericum, ele pertence a uma categoria de vírus
descoberta há dez anos. Eles são tão grandes que, diferentemente de outros
vírus, podem ser vistos ao microscópio. E este, que mede 1,5 micrômetros de
comprimento, é o maior já encontrado.
A
última vez que ele infectou um organismo foi há mais de 30 mil anos, mas no
laboratório ele foi "reativado". Os testes mostraram que o vírus
ataca amebas, que são organismos monocelulares, mas não infecta humanos ou
animais. ''Ele entra na célula, se multiplica e, por fim, mata a célula. Ele é
capaz de matar a ameba, mas não infecta uma célula humana'', afirmou Chantal
Abergel, co-autora do estudo e também integrante do CNRS. Mas os pesquisadores
acreditam que outros agentes patogênicos mortais possam ter ficado presos no
permafrost da Sibéria.''Estamos estudando isso por meio de sequenciamento do
DNA que está presente nessas camadas. Essa é a melhor maneira de descobrir o
que existe de perigoso nessas camadas'', afirmou Abergel.
Os pesquisadores dizem que essa região está ameaçada. Desde a década de 70, o
permafrost vem perdendo sua espessura e projeções de mudanças climáticas
sugerem que ele irá recuar ainda mais.Como ele vem se tornando mais acessível,
o permafrost já está sendo, inclusive, visado como fonte de recursos, devido
aos ricos recursos naturais que possui. Mas o professor Claverie adverte que
expor camadas profundads poderá criar novas ameaças de vírus. ''É uma receita
para o desastre'', afirmou. Segundo ele, a mineração e a perfuração farão com
que as antigas camadas sejam penetradas ''e é daí que vem o perigo''. ''Se
for verdade que esses vírus sobrevivem da mesma maneira que vírus da ameba
sobrevivem, então a varíola pode não ter sido erradicada do planeta, apenas de
sua superfície'', afirmou Claverie. Mas ainda não está claro se todos os vírus
podem se tornar ativos novamente, após terem permanecido congelados por
milhares ou mesmo milhões de anos.