terça-feira, 30 de março de 2010

A camisinha pode contribuir para conservar a floresta tropical no Brasil


No âmbito do seu programa de luta contra a AIDS o governo do Brasil aposta na prevenção, nomeadamente através do uso de preservativos que fornece gratuitamente. Com efeito, na “cesta básica” que é distribuída às pessoas com baixo rendimento são incluídos preservativos que cumprem também a função de incentivar o planejamento familiar.
Globalmente o governo brasileiro é o maior consumidor de preservativos, importando mais de um bilhão de unidades anualmente, produzidas com borracha sintética. De forma a reduzir a dependência na importação o estado Brasileiro pôs em marcha um projeto que, para além reduzir a necessidade de importação de preservativos, pode constituir uma importante contribuição para a conservação das florestas tropicais nacionais.
O programa passa pelo restabelecimento de uma prática que em tempos trouxe ao Brasil muita prosperidade – a produção de borracha natural a partir do látex extraído das árvores na Amazónia – e que mais tarde foi abandonada devido ao aparecimento de borracha sintética, cujos custos de produção são inferiores.
Com efeito, foi aberta uma fábrica no estado de Acre que permitirá produzir 100 milhões de preservativos anualmente a partir de látex obtido de uma reserva florestal de forma sustentável. Esta atividade resultará na criação de emprego na região, gerando sustento para 550 famílias e reduzindo simultaneamente os incentivos à desflorestação, contribuindo assim para a conservação das florestas.
O esquema está sendo atualmente reproduzido por empresas para a produção de sacolas de supermercado e bolsas que são colocadas no mercado com a indicação no rótulo de que são fabricadas a partir de borracha sustentável. Uma destas empresas é a Treetap que detém uma patente do látex, que certifica que os seus produtos são de “comércio justo” e que se gaba de ter colocado a preservação da florestal tropical no cerne da sua política de negócios.



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