quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Estudo revela que uma massagem também diminui o stress em peixes

Foram publicados recentemente na revista Nature Communications os resultados de um estudo de uma investigadora portuguesa que analisou como é que o contato físico afeta os níveis de cortisol em peixes-cirurgião que vivem em recifes de coral, Ctenochaetus striatus.Estes animais visitam regularmente as chamadas “estações de limpeza” onde correm peixes limpadores a quem dão a entender que pretendem ser “limpos”, isto é, desparasitados. No entanto, os peixes limpadores do gênero Labroides, nem sempre cooperam, aproveitando-se por vezes dos seus “clientes” ao remover muco segregado pelo seu organismo, que é obrigado a um “esforço extra” para repô-lo.
Ctenochaetus striatus

Isto ocasiona conflitos entre os peixes limpadores e os seus clientes que são resolvidos através da estimulação táctil realizada pelos primeiros aos segundos, usando as suas barbatanas pélvicas e peitorais. A explicação do porquês destas massagens funcionarem é tema de debate: embora alguns sugiram que os peixes limpadores enganam os peixes-cirurgião através da manipulação do seu sistema sensorial, outros defendem que estes podem, de alguma forma, beneficiar das “massagens”.O trabalho de investigação levado a cabo por Marta Soares vem confirmar que de fato, os peixes-cirurgião beneficiam das “massagens” dos limpadores. A investigadora e os colegas simularam o ambiente em que vivem os peixes-cirurgião em cativeiro, com fatores usuais causadores de stress tendo depois transferido os animais para aquários onde havia um modelo de plástico, simulando um peixe limpador.
Labroides dimidiatus

Em metade dos aquários o modelo era estático, mas na outra metade o modelo movia-se para trás e para frente. A comparação dos níveis de cortisol, um hormônio diretamente relacionado com o stress, dos peixes-dicurgião nas duas condições revelou que aqueles que tinham sido expostos ao modelo móvel, que simulava uma massagem, estavam mais relaxados, apresentando concentrações sanguíneas de cortisol mais baixas. Estes resultados sugerem por isso que, nos peixes-cirurgião, o contato físico é, na ausência de contexto social, suficiente para reduzir o stress, algo que só tinha sido demonstrado, até à data, em humanos e explica o porquê de mesmo os peixes-cirurgião com uma carga parasitária pequena visitarem as “estações de limpeza” – a redução dos níveis de stress, que melhora a sua saúde.


Fonte: http:// www.newscientist.com

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