segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Existem plantas carnívoras no Brasil?

Uma perereca capturada por uma Drosera sessilifolia

Não só existem, como somos o segundo país do mundo em número de espécies, perdendo apenas para a Austrália. O território brasileiro reúne mais de 80 delas, todas concentradas em seis gêneros: Drosera, Genlisea, Utricularia, Heliamphora, Brocchinia e Catopsis (ambos da família das bromélias). As mais comuns são as Droseras, que se distinguem pela mucilagem, substância pegajosa que aprisiona insetos voadores.
As bromélias fazem o mesmo, só que com os pêlos de suas folhas. Já as Heliamphoras atraem os insetos com suas cores vivas e néctar perfumado. Tanto as Genliseas, também chamadas violetas-do-brejo, quanto as Utricularias são, em sua grande maioria, aquáticas, com pequenas bolsas que capturam os protozoários. "Uma planta é considerada carnívora quando tem a capacidade de atrair, prender e digerir formas de vida animal, sejam elas moluscos, pequenos insetos e aranhas, ou mesmo organismos microscópicos que vivem na água", afirma o botânico José Rubens Pirani, da Universidade de São Paulo (USP).
Essa digestão é realizada por enzimas proteolíticas (especialistas em digerir proteínas) ou bactérias, que quebram as substâncias em moléculas menores até poderem ser absorvidas pelas folhas.
Em termos evolutivos, acredita-se que as plantas carnívoras evoluiram a partir de plantas que capturavam parasitas para se defenderem deles, como no caso do Plumbago. Os insetos ficavam presos nas glândulas colantes das folhas, e com o tempo morriam e apodreciam.Em um certo ponto, as enzimas que normalmente realizam a digestão de proteínas em sementes teriam sido transferidas para outras regiões da planta, assim se especializando na digestão das pragas capturadas, tornando-se plantas competitivas em solos pobres em nutrientes.
Daí, as novas carnívoras especializaram suas folhas, distribuindo glândulas colantes por toda sua extensão para melhor capturar as presas. Elas evoluíram para atrair presas também.

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