Estudo realizado nos EUA revela que o etanol fabricado a partir de resíduos agrícolas é benéfico para a saúde e o meio ambiente. A pesquisa revelou ainda que o custo do etanol de milho pode ser até duas vezes maior que o da gasolina
Se a produção de etanol celulósico já era vista com bons olhos antes – por acabar de uma vez por todas com a discussão “preço dos alimentos X biocombustíveis” e ser uma fonte de energia alternativa digna de competir com o petróleo –, agora, com um recente estudo realizado nos EUA, que avalia a quantidade de emissão de poluentes dos biocombustíveis e da gasolina, tudo melhorou. Segundo a pesquisa, os três tipos de combustíveis analisados – gasolina, etanol de milho e etanol celulósico – emitem poluentes durante as fases de produção e consumo. No entanto, o etanol fabricado a partir da celulose dos resíduos agrícolas tem menos efeitos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente, por emitir em menor quantidade um componente extremamente nocivo da poluição atmosférica: a matéria fina particulada. Um estudo anterior a este mostrou ainda que o etanol celulósico, entre outros biocombustíveis de última geração, emite níveis mais baixos de gases causadores do efeito estufa, o que é ainda mais benéfico para a qualidade do ar que respiramos. “Para se entender as consequências do uso de biocombustíveis sobre a saúde e o meio ambiente, temos que olhar muito além do escapamento dos automóveis e acompanhar detalhadamente a produção desses biocombustíveis. Ficou evidente que as emissões liberadas na produção do biocombustível realmente importam”, disse Jason Hill, principal autor do estudo. A pesquisa avaliou também o custo econômico dos três combustíveis, no que diz respeito às medidas que devem ser tomadas para zelar pelo bem-estar das pessoas e do meio ambiente. O resultado foi surpreendente: os cientistas concluíram que, dependendo dos materiais e tecnologias utilizados na produção, os custos do etanol celulósico não chegam a metade dos custos da gasolina, que podem ser iguais ou duas vezes menores que os do etanol de milho. De acordo com o estudo, há outras vantagens consideráveis nos biocombustíveis celulósicos – como a redução da quantidade de fertilizantes e pesticidas que são despejados em rios e lagos – que também podem ser levadas em consideração nos debates que propõem mudanças para uma nova geração de biocombustíveis, inclusive do ponto de vista econômico, a longo prazo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário