sábado, 6 de agosto de 2011

Golfinho da Guiana Francesa tem sexto sentido

A eletro-recepção permite ao golfinho detectar pequenos campos elétricos emitidos pelas suas potenciais presas, segundo revelou um estudo alemão levado a cabo sobre um espécime em cativeiro. O estudo foi recentemente publicado na Proceedings of the Royal Society B. Já se conheciam os cinco sentidos deste mamífero: a visão, o toque, a audição, o paladar e a ecolocalização (capacidade biológica de detectar a posição e/ou distância de objetos), em substituição do olfato. Esta última característica permite-lhe, tal como aos morcegos, servir-se do eco do seu grito ultra sônico para cartografar o seu meio envolvente.
O sistema nervoso olfativo destes animais desapareceu, mas uma equipe de investigadores alemães acabou de mostrar que o golfinho da Guiana francesa dispõe de um sexto sentido – a eletro-recepção –, dotando-o de capacidade de conseguir captar objetos que libertam um campo elétrico, tal como a grande parte dos seres vivos.Quando um dos dois golfinhos da Guiana do Dolphinarium de Münster morreu, os biólogos procederam à sua autopsia e decidiram analisar as suas “criptas vibrissais”, uma espécie de bigode em volta do nariz. Enquanto dissecavam o animal, não encontraram nenhum pêlo debaixo da pele, mas uma espécie de muco semelhante ao dos ornitorrincos.
Esta substância confere aos mamíferos ovovíparos um sistema de eletro-recepção bastante desenvolvido. A equipe do Dolphinarium d'Allwetterzoo Münster seguiu a pista e, após uma série de testes efetuados, tentaram perceber se o Paco (o segundo espécime ainda vivo) conseguia detectar pequenos campos elétricos. A experiência foi bem-sucedida, mas quando decidiram isolar parcialmente a cabeça do animal, perceberam que a sensibilidade de captação desaparecera. A conclusão aponta para o convincente papel das criptas vibrissais como importantes na detecção de estímulos elétricos. Sendo assim, o golfinho é o primeiro animal que não põe ovos que é dotado desta capacidade. Contudo, a eletro-recepção é ainda um sentido muito primitivo. A lampreia, um dos peixes mais arcaicos, tem-no, por exemplo. O tubarão, sendo quase cego, é também dotado deste sentido para poder caçar, assim como outros seres vivos privados de outras habilidades. Esta capacidade faz do golfinho da Guiana uma espécie privilegiada.


Fonte: http://www.cienciahoje.pt

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Nova teoria afirma que no passado a Terra teria duas luas

Há vários anos que os cientistas tentam perceber por que razão o lado visível da Lua é majoritariamente plano enquanto o lado oposto apresenta montanhas com mais de 3 mil metros.Durante este tempo, têm sido propostas várias teorias para explicar o que determinou esta diferença na topografia lunar. Os últimos artigos publicados sobre o assunto referiam-se a uma série de colisões cósmicas durante um longo período de tempo.
Os pesquisadores afirmam que a Terra foi atingida há cerca de 4 bilhões de anos por outro planeta do tamanho de Marte, numa teoria que ficou conhecida como Hipótese Impacto-Global. Os detritos resultantes eventualmente formaram uma amálgama que originou a Lua. Uma equipe de cientistas afirmam agora, num artigo publicado na revista científica Nature, que a Terra poderá ter tido uma segunda Lua, menor.
Martin Jutzi, da Universidade de Bern, na Suíça, é um dos autores deste artigo. Explicou que “quando olhamos para esta teoria não há nenhuma razão para se ter formado apenas uma Lua.” Depois de estar presa, durante milhões de anos, a pequena lua embarcou numa rota de colisão com a sua irmã. A colisão foi lenta, a uma velocidade inferior a 3 km/s, mais baixa que a velocidade do som nas rochas. “Isto é importante porque significa que não houve grandes choques ou fusão” durante o processo.
Na altura da colisão, a grande Lua teria um “oceano de magma” coberto com uma crosta fina. Os cientistas argumentam que o impacto terá levado à acumulação de material sobre a crosta lunar, o que formou as montanhas e, terá redistribuído o magma para o lado visível da lua. A redistribuição do magma é apoiada por observações da sonda lunar Prospector.
Maria Zuber, do MIT, sugere que o novo estudo “demonstra plausibilidade em vez de provas." Os autores “aumentaram a possibilidade legítima que após um impacto gigante com a Terra talvez, fugazmente, possuía mais do que uma Lua.” Os investigadores envolvidos neste estudo esperam que os dados detalhados das estruturas internas da Lua, obtidos pela sonda da Nasa, Lunar Reconnaissance Orbiter e, os mapas de alta resolução da missão Gravity Recovery and Interior Laboratory (GRAIL), irão fundamentar ou desafiar a sua teoria no próximo ano.Por outro lado, aguardam por “uma amostra do lado escuro da Lua de uma missão tripulada que irá certamente ajudar a dizer qual a teoria mais provável.”


Fonte: www.bbc.co.uk