Pesquisadores
dinamarqueses inventaram uma nova técnica melhor e mais eficiente para reciclar
a espuma de poliuretano, presente principalmente em colchões, isolamentos
térmicos e embalagens. Esta é uma notícia duplamente boa, para o meio ambiente
e para a indústria, que se interessa por recuperar quimicamente os componentes
originais do material, tornando seus produtos mais baratos. O poliuretano (PUR)
é um material plástico usado em colchões, isolamento em geladeiras e edifícios,
sapatos, carros, aviões, pás de turbinas eólicas, cabos e muito mais. A maioria
dos produtos de PUR descartados no mundo acaba sendo incinerada ou despejada em
aterros sanitários. E isso é muito problemático, uma vez que o mercado global
de PUR atingiu quase 26 milhões de toneladas em 2022, e uma previsão para 2030
prevê quase 31,3 milhões de toneladas - como são espumas, muito leves, o volume
disso é gigantesco. Por isso tem havido grande interesse em quebrar
quimicamente - ou despolimerizar - o PUR em seus principais componentes
originais, sobretudo poliol e isocianato, com o objetivo de reutilizá-los como
matérias-primas em novos produtos. Para tornar tudo mais facilmente implantável
na indústria, os pesquisadores basearam sua pesquisa no método de reciclagem que
as empresas já usam, ou seja, a quebra da espuma de PUR com ácido (acidólise).
Processamento
do poliuretano
A equipe desenvolveu uma nova combinação de acidólise e hidrólise, que se mostrou capaz de recuperar até 82% em peso do material original da espuma PUR flexível, usada em colchões, gerando duas frações separadas de diaminas e polióis. O método consiste em aquecer a espuma PUR flexível a 220 ºC em um reator com um pouco de ácido succínico e então usar um filtro que captura um dos compostos e deixa o outro passar. Ou seja, a técnica não consegue só decompor o PUR em seus dois componentes principais, ela também faz isso de uma só vez, em uma reação de uma única etapa. São os polióis que passam pelo filtro, e o material apurado tem uma qualidade comparável à do poliol virgem, tornando possível usá-lo em nova produção de poliuretano. A parte sólida da mistura do produto, que é filtrada, é transformada em um composto químico chamado diamina, que, por um processo de hidrólise simples, é usada na produção de isocianatos e, portanto, de PUR. "O método é fácil de ser ampliado," disse o professor Steffan Kristensen, da Universidade Aarhus. "Mas a perspectiva de também lidar com resíduos de PUR dos consumidores requer mais desenvolvimento", acrescentou, uma vez que a equipe só trabalhou com resíduos limpos, gerados na própria indústria. Os pesquisadores estão também testando a nova tecnologia em outros materiais de poliuretano, para ver como eles podem ser reciclados.
Fonte:https://www.rsc.org/journals-books-databases/about-journals/green-chemistry/MEUS LIVROS
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