Este roedor é normalmente encontrado no sul da Etiópia, Quênia e Somália e é famoso por ser o rato mais feio do mundo e viver em ambientes adversos. No entanto, as restantes características, que o distinguem dos demais, captaram a atenção da equipe coordenada por cientistas portugueses, especialmente pela sua longevidade e metabolismo, cujo trabalho gira em torno da genética do envelhecimento. É um animal com falta de sensação de dor na pele e tem um metabolismo muito baixo que lhe permite viver no subsolo, com níveis de oxigênio limitados.“Dedicamo-nos à biologia e genética do envelhecimento e estamos, sobretudo, interessados no rato-toupeira pela sua longevidade.
Vive mais de 30 anos e é um animal bastante pequeno” – o que o torna mais cativante, dada a relação entre o tamanho e a longevidade –,”por exemplo, mamíferos grandes, como as baleias e os elefantes, vivem muito mais tempo do que animais de volume menor, tal como os roedores”, explicou .O rato-toupeira-pelado é uma exceção à regra e consegue ser mais pequeno do que um rato comum. Por todas estas razões, “temos um enorme interesse em estudar os mecanismos de envelhecimento e a sua enorme capacidade de resistência a doenças e ao câncer”, assinalou João Pedro Magalhães(Chefe da equipe portuguesa) ele sublinhou ainda que “é o único mamífero com tal característica” e há já alguns anos que a sua equipe se debruça sobre este organismo, mas para conseguirem aplicar técnicas sofisticadas de biologia molecular e celular precisavam de primeiro completarem a sequenciação do seu genoma.
“O objetivo final é, acima de tudo, facilitar a investigação de forma a conseguirmos perceber os segredos da longevidade deste animal e a sua resistência ao câncer”.O cientista português revelou que um dos estudos que pretendem, especialmente, aprofundar agora está relacionado com e a bioquímica deste organismo, “pela sua capacidade de desenvolver mecanismos de reparação de danos de DNA e de resposta a estes”.“Que genes estão associados à diferença entre espécies? Ainda estamos no começo de tentar perceber”, indagou o investigador da Universidade de Liverpool. A grande questão é conseguir saber o que distingue geneticamente esta espécie dos outros roedores, “assim como o que distingue os seres humanos dos chimpanzés”, continuou.
O tema da base genética afirma que diferentes espécies envelhecem a velocidades diferentes e no caso do ser humano acontece muito mais lentamente do que nos ratos; no entanto, este animal distingue-se de todos os outros.“A sua capacidade de reparação de danos de DNA e de resistência a doenças tem como objetivo final ser usada a favor dos seres humanos e doenças do envelhecimento, como Alzheimer e outras”, concluiu.
Fonte: http://www.cienciahoje.pt
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