Não só faz mal, como mata. O problema é a quantidade exagerada de sais, principalmente cloreto de sódio (o sal de cozinha), que existe na água do mar. Apenas 0,9% do nosso sangue é composto por sais, enquanto na água do mar a concentração é de 4%. Se uma pessoa mata a sede bebendo essa água supersalgada, seu intestino recebe uma quantidade de sal muito maior do que a que existe no sangue que circula pelos vasinhos da parede do tubo digestivo. Em razão de um processo natural - a osmose -, a solução mais concentrada tende a puxar a água da solução menos concentrada para tentar chegar a um equilíbrio. Como a membrana que compõe os vasos sanguíneos não permite a passagem de partículas sólidas, o sal fica retido no plasma do sangue, deixando-o muito mais concentrado do que o normal. Assim acontece a desidratação, que, para piorar, faz com que o corpo peça mais água.
O problema é que a água que pode fazer a concentração do sangue voltar ao normal é a água pura (ou o soro fisiológico, que tem a mesma concentração de sal que o plasma) e não a salgada, que só piora o problema. "Os receptores que controlam a sede atuam de acordo com a concentração do sangue. Portanto, quando há sal demais no plasma, o organismo vai sentir: ‘Opa, preciso de água’", diz o clínico geral Renato Delascio Lopes, da Unifesp. Para complicar ainda mais a situação, alguns sais, principalmente o magnésio, irritam a mucosa do intestino, que já está repleto de água. É diarréia na certa! Esse processo é desencadeado por qualquer quantidade de água do mar ingerida, mas, claro, quanto maior o volume, maior o efeito. Portanto, se você beber um golinho de água enquanto nada no mar, você não vai morrer, mas vários goles podem colocar sua vida em risco.
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br
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