sábado, 19 de setembro de 2009

Você sabia que a desertificação no Brasil atinge 20 milhões de pessoas?


O primeiro levantamento sobre a desertificação no Brasil foi feito, ainda na década de 70, como parte do relatório brasileiro para a Conferência de Nairobi. Apesar da importância desse levantamento, muitas lacunas foram identificadas, particularmente aquelas relativas à falta de dados primários sobre a qualidade dos recursos naturais, bem como a ausência de metodologia para um abrangente diagnóstico da desertificação.
No início de 1992 o Instituto Desert desenvolveu metodologia para a identificação dos processos de desertificação com enfoque sobre aspectos sociais e de uso da terra, trabalho realizado para a Conferência Internacional sobre os Impactos das Variações Climáticas sobre o Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido - ICID. Essa metodologia trabalha com 19 variáveis e mais detalhes podem pode ser encontrados em Rodrigues, V. et alli. A Desertificação no Nordeste do Brasil: diagnóstico e perspectivas, 1992, FGEB, Brasília ou através do Instituto Desert.
Em 1994 o Cpatsa desenvolveu estudos sobre as áreas em processo de degradação do trópico semi-árido e o IBGE aplicou a metodologia de capacidade de uso solo do RADAM-Brasil para todas as micro-regiões do Nordeste, como parte do Projeto Áridas.Esses trabalhos foram, então, sintetizados por Matallo, H. Recursos Naturais e Meio Ambiente, Relatório Consolidado, Projeto Áridas, Brasília, 1995 para o projeto Áridas. Essa síntese fez surgir um novo diagnóstico, que serviu de base para todas as formulações posteriores realizadas pelo MMA no âmbito do Plano Nacional de Combate à Desertificação.
Conforme os dados então adotados pelo Ministério do Meio Ambiente, o processo da desertificação na região semi-árida vem comprometendo de forma "muito grave" uma área de 98.595 km2 e de forma "grave" área equivalente a 81.870 km2, totalizando 181.000 km2, com a geração de impactos difusos e concentrados sobre o território.
Os núcleos de desertificação foram selecionados pelo MMA como áreas onde os efeitos do processo estão concentrados em pequena e delimitada parte do território, porém com danos de profunda gravidade.
A desertificação brasileira,atinge mais de 20 milhões de pessoas em uma área de 18 mil quilometros quadrados na região de Gilbués, no Piauí, do Seridó, entre o Rio grande do Norte e a Paraiba; de Irauçuba no Ceará, e de cabrobó, em Pernambuco.Enquanto o Rio Grande do Norte é o estado brasileiro mais afetado, 40% do seu território é desertificado (158 dos 167 municípios potiguares são atingindos) Gilbués é o maior núcleo de desertificação da américa latina.
A desertificação gera vários problemas e prejuízos para o ser humano. Com a formação de áreas áridas, a temperatura aumenta e o nível de umidade do ar diminui, dificultando a vida do ser humano nestas regiões. Com o solo infértil, o desenvolvimento da agricultura também é prejudicado, diminuindo a produção de alimentos e aumentando a fome e a pobreza.
O meio ambiente também é prejudicado com este processo. A formação de desertos elimina a vida de milhares de espécies de animais e vegetais, pois modifica radicalmente o ecossistema da região afetada. A desertificação também favorece o processo de erosão do solo, pois as plantas e árvores não existem mais para "segurar" o solo.

Fonte: www.desertdesmat.hpg.ig.com.br

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