sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A Amazônia pode virar um deserto?

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A possibilidade é remota, mas alguns especialistas não descartam essa hipótese. Existem várias teorias sobre o futuro da Amazônia caso os desmatamentos não diminuam. Uma das principais teses aponta para a savanização, ou seja, a transformação da densa floresta em uma vegetação “rala”, parecida com a do cerrado brasileiro. “O solo amazônico usado em exagero para a agricultura pode dar início a esse processo”, diz Francisco Mendonça, professor de geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Uma sucessão de eventos trágicos – após alguns milhares de anos – poderia piorar ainda mais as coisas, levando à formação de um deserto. Veja como seriam estes dois processos, o da savanização (mais possível) e o da desertificação (mais remoto).

Da Selva à Savana

Desmatamento pode deixar a Amazônia parecida com o cerrado brasileiro:

1-Nas últimas décadas a região amazônica tem sofrido muito com o aumento dos desmatamentos. Num primeiro momento, as árvores são derrubadas para a comercialização de madeira mesmo. Depois, essas áreas dão lugar à agricultura, principalmente para lavouras de soja.

2-Sem as grandes árvores para protegêlo, o solo fica mais exposto às fortes chuvas, freqüentes na região. A água carrega os materiais orgânicos e os nutrientes ao escorrer pela terra, deixando o solo pobre – num processo conhecido como lixiviação.

3-Depois do material orgânico, a chuva passa a carregar também pedras e detritos, que acabam se acumulando nos rios da região. Isso provoca o assoreamento e a formação de bancos de areia, que diminuem a vazão de água dos rios amazônicos.

4-O solo empobrecido e o menor fluxo dos rios dificultam o nascimento de grandes árvores nas áreas de agricultura que possam ser abandonadas. No lugar, surgem arbustos e vegetação de pequeno porte, como a do cerrado, no Centro-Oeste brasileiro.

5-A vegetação menos densa faz com que animais morram ou deixem a região. Muitos desses bichos, como os pássaros, ajudam na conservação da floresta ao transportar nutrientes e sementes. A redução da fauna é mais um fator que impede a recuperação da mata.

Da Savana ao Deserto

Num cenário mais trágico, “cerrado amazônico” ficaria sem chuvas:

1-É uma situação mais remota, mas, após milhares de anos, a savana formada poderia ter cada vez menos chuvas. Na região haveria uma queda na evaporação (causada pelo menor volume dos rios) e na evapotranspiração (evaporação da água presente no solo, na fauna e na flora).

2-Com menos chuvas caindo na Amazônia já meio detonada, a vegetação mais rala da savana começaria a morrer. Aos poucos iriam sumindo da paisagem até mesmo as pequenas árvores e os arbustos, levando ao surgimento de um cenário semidesértico.

3-Para piorar, a Amazônia é cercada por áreas semiáridas ou que já foram desertos – como a caatinga, o cerrado, a cordilheira dos Andes e a região Llanos do Orinoco, na Venezuela. Com a ajuda dessa vizinhança seca, um deserto se formaria mais facilmente.

Fonte:Luís Joly

4 comentários:

  1. Decio! Devemos ter muita preocupaçao com o meio ambiente porque esse e caracterizado como um problema muito serio e que se nao existirem cuidados de todos poderemos chegar em algum momento onde sera tarde demais. Vide o serrado que tem uma grande parte se degradando de forma acelerada.

    Abraços

    Francisco Castro

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  2. Excelente reportagem, parabéns!!

    Estaremos publicando nossos links da semana, certeza que sua postagem estará lá...


    abração

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  3. Excelente post ! Estive 1 ano e meio na Amazônia e pude observar in loco a situação por lá... Abs.
    Noé Alvarenga
    http://qualidadedevidaesipat.blogspot.com

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  4. A possibilidade é remota, mas alguns especialistas não descartam essa hipótese. Existem várias teorias sobre o futuro da Amazônia caso os desmatamentos não diminuam. Uma das principais teses aponta para a savanização, ou seja, a transformação da densa floresta em uma vegetação “rala”, parecida com a do cerrado brasileiro. “O solo amazônico usado em exagero para a agricultura pode dar início a esse processo”, diz Francisco Mendonça, professor de geografia da Universidade Federal do Paraná (mcse exams).
    Uma sucessão de eventos trágicos – após alguns milhares de anos – poderia piorar ainda mais as coisas, levando à formação de um deserto

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