Uma equipe de físicos e engenheiros de várias
universidades chinesas apresentou o protótipo de uma bateria nuclear que
alcança uma eficiência 8.000 vezes superior à das versões conhecidas até agora.
As baterias nucleares, ou baterias atômicas, estão no horizonte há décadas, com
promessas que incluem uma bateria que não precisa ser recarregada ou baterias
nucleares de diamante que duram milhares de anos e até mesmo uma bateria
nuclear brasileira, que promete durar 200 anos. Além de durarem muito, as
baterias nucleares tendem a ser muito compactas. E, apesar do temor de ter
"alguma coisa nuclear" em casa ou no seu bolso não soe como algo
inteiramente convidativo, os protótipos têm mostrado uma relativa segurança do
conceito, não oferecendo riscos diretos à saúde - elas não explodem como
algumas vezes acontece com as baterias de lítio. O conceito mais comum das
baterias nucleares envolve um princípio chamado betavoltaico, utilizando
diretamente o decaimento de um isótopo radioativo. O conceito apresentado agora
por Kai Li e seus colegas é diferente, mesclando geração de energia nuclear e
conversão fotovoltaica. Uma pequena quantidade do elemento químico radioativo
amerício (Am) é incorporado em um cristal. Quando o amerício decai, ele libera
sua radiação na forma de partículas alfa, que então liberam fótons, fazendo o
cristal brilhar em uma cor verde intensa. O cristal é então colocado junto a
uma célula fotovoltaica, ou célula solar, que converte a luz em eletricidade. Tudo
foi empacotado dentro de uma célula de quartzo para evitar vazamento de
radiação.
Herança
indesejável
Embora seja comum ouvir termos como "bateria eterna" ou "bateria que dura para sempre", na prática temos uma bateria realmente durável, mas não eterna. Mesmo assim, isto pode ser um problema. Embora o amerício tenha uma meia-vida de "apenas" 7.380 anos, a radiação deverá corroer os materiais usados no protótipo bem antes disso, de modo que será necessário pensar em um invólucro mais seguro para segurar essa radiação depois que os compradores já tiverem legado suas baterias nucleares para seus herdeiros. Mas, ao menos por enquanto, os pesquisadores têm outras coisas mais prementes para se preocupar, como aumentar a energia gerada por sua bateria híbrida nuclear-fotovoltaica: Apesar de ser 8.000 vezes mais eficiente do que suas equivalentes anteriores, a bateria nuclear gera muito pouca energia, cerca de 139 microwatts por curie, o que torna os nanogeradores triboelétricos uma opção muito melhor, já que não oferecem riscos.
Fonte: https://www.nature.com/
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