Foi recentemente publicado na revista Science um artigo que mostra a evolução de uma espécie de térmita como uma original estratégia de defesa da colônia. A espécie em causa denomina-se Neocapritermes taracua, ocorre nas florestas da Guiana Francesa, e possui operários suicidas. Já eram conhecidas espécies de térmita que apresentavam indivíduos que se suicidavam, fazendo-se explodir. No entanto, a Neocapritermes taracua distingue-se dos casos previamente conhecidos por duas razões.
Em primeiro lugar, os indivíduos suicidas não são um tipo de soldado, como é comum, mas sim os operários de maior idade. Por outro lado, as substâncias explosivas, ao invés de serem transportadas na cabeça, estão localizadas em bolsas das costas.
Com efeito, na presença de um inimigo, como é o caso de um representante de uma outra espécie de térmita, as operárias mais velhas, que apresentam depósitos de cristais azuis no dorso, explodem e essas substâncias interagem com sua saliva, resultando numa substância tóxica que paralisa o inimigo.
Rober Hanus, da Academia de Ciências checa, revelou que se trata da primeira espécie de térmita conhecida em que um mecanismo de defesa se baseia em duas substâncias químicas distintas.
Os autores do artigo não tiveram dificuldade identificar o valor adaptativo desta estratégia defensiva: à medida que as operárias envelhecem, vão-se tornando menos eficientes na recolha de alimento, pelo que a sua função na colônia muda, tornando-se responsáveis pela sua defesa, que é sempre uma tarefa que transporta um risco acrescido e que, portanto, não deve recair sobre os animais que mais contribuem para a sua manutenção.
Fonte: http://www.news.sciencemarg.org
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