terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O peixe que anda, um elo fundamental na evolução da vida

Os peixes pulmonados africanos ou “lungfish”, da espécie Protopterus annectens, são capazes de levantar o seu corpo do fundo dos lagos ou pântanos com os seus dois finos membros pélvicos e caminharem. É o que acredita uma equipe de investigadores da Universidade de Chicago, que estudou profundamente a fisionomia e o comportamento deste "lungfish" e descobriram que os seus finos membros não só ajudam a levantar o corpo, mas também o impulsionam para frente.
Estas características eram atribuídas até agora aos tetrápodes mais primitivos, os primeiros a terem patas para andar e adaptarem-se à vida terrestre. Além disso, alguns rastros fossilizados atribuídos a estes animais foram na verdade de antepassados dos atuais “lungfish”. “ Em alguns destes rastros, os animais alternaram os seus membros, o que sugeria que os tetrápodes andassem sobre um solo firme, mas agora vemos animais aquáticos com morfologias muito diferentes que podem ser muito semelhantes", aponta Melinda Hale, autora do trabalho, publicado na revista “Proceedings of National Academy of Sciences” (PNAS).
Desde sempre que o 'lungfish' tem sido popular entre os paleontólogos pela sua peculiar história evolutiva, estar associada a animais que poderiam ter-se desenvolvido e saírem da água. No entanto, embora houvesse rumores entre os cientistas de que era um peixe que andava, ninguém o tinha provado numa investigação exaustiva. O “lugnfish” da experiência estava no laboratório de Michael Coates. Um dos membros da equipe desenhou um tanque especial em que se podia gravar todos os movimentos dos peixes. Descobriram assim que dois membros serviam para avançar uma vez que se levantavam para apoiar o corpo sem os quadris. "É algo que só pode ser observado num animal vivo, porque olhando para os ossos fossilizados seria impossível adivinhar que se movia deste modo”, diz Heather King, outro dos autores.
No seu caminhar, o peixe alternava os movimentos dos seus dois membros para frente num movimento semelhante ao dos tetrápodes. O fato de que bastaram dois membros tão finos para se moverem tão bem, aponta que pode dever-se a que a gravidade é menor debaixo de água.Além disso, ao encher os seus pulmões de ar, o “lunfish” aumenta a sua flutuabilidade, o que facilita o levantamento do corpo.Esta descoberta sugere que antes dos tetrápodes primitivos, como o Tiktaalik, foi desenvolvida na terra a transição da água para a terra. Os antepassados destes peixes foram capazes de desenvolver a propulsão com os seus apêndices milhões de anos antes nas profundidades dos lagos ou de pântanos.


Fonte: http://www.elmundo.es

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