quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vem aí o terráqueo sete bilhões!Será menino ou menina?

No dia 31 deste mês nasce o habitante número sete bilhões, de acordo com a projeção oficial das Nações Unidas (ONU).É possível precisar esta data “porque existem pressupostos em termos de crescimento”, afirma Teresa Rodrigues. A investigadora do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE) explica que “fazendo uma média, este tipo de organizações consegue fazer uma previsão”.É muito difícil precisar o sexo do habitante sete bilhões e onde nascerá porque a todos os segundos nascem crianças.
Mas as probabilidades apontam para que seja uma criança asiática do sexo masculino. Isto porque 60 por cento da população vive na Ásia, onde há países com níveis ainda muito elevados em termos de natalidade e onde nascem mais meninos do que meninas. “Há uma grande probabilidade que a criança seja chinesa ou indiana”, pressupõe Teresa Rodrigues.No site do Instituto Nacional Francês de Estudos Demográficos é possível ver um relógio da população mundial onde o número cresce à medida que crianças vão nascendo. No entanto, do ponto de vista rigoroso, a projeção que a ONU faz trata-se de uma estimativa porque “há países em relação aos quais não sabemos bem qual é a população, como Angola, por exemplo, onde não há recenseamentos há 40 anos”, explica Teresa Rodrigues.

O planeta pode aguentar tanta gente?

A notícia que a Terra teria, em 2011, sete bilhões de habitantes já foi anunciada em 2009 e em 2010, mas à medida que se vai aproximando a data surgem mais considerações face à capacidade do planeta de ‘aguentar’ tanta gente.Segundo Teresa Rodrigues, os limites da capacidade da Terra “não estão definidos em termos de sustentabilidade”, isto é, “a relação população-recursos-desenvolvimento não está definida”, o que acontece é que neste momento existem regiões onde “há um defasagem entre os recursos naturais existentes e o número de pessoas” que lá poderiam viver bem.Existem regiões na África, por exemplo, onde não há a capacidade para fazer plantações de determinados alimentos e as pessoas morrem de fome, mas os alimentos existem noutros locais.
Muitas dessas regiões são sociedades pobres e não têm capacidade para fazer investimentos tecnológicos para fazer furos a uma profundidade acentuada para distribuir água.Para a responsável do Instituto Português de Relações Internacionais a questão centra-se no fato de não haver uma distribuição igual de recursos e sobretudo da disponibilidade financeira suficiente para investir em tecnologia. “Das duas, uma: ou se transfere recursos para onde eles são necessários ou se investe em termos tecnológicos”, propõe.Neste momento, “a população no mundo está crescendo 1,2 por cento ao ano”, afirma Maria Filomena Mendes. Ou seja, muito menos do que aquilo que crescia há uns anos. Ainda “há regiões do mundo onde a população cresce mais do que o dobro” de 1,2 por cento, como na “África que cresce 2,8 por cento”.
Já nos países da Europa os valores são muito mais baixos e “não garantem o crescimento da população” nem a “capacidade de substituir as gerações”, afirma a investigadora. Isto acontece porque o estilo de vida e as formas de comportamento das populações na Europa, desde meados dos anos 70, “têm vindo a penalizar o número de descendentes relativamente até àquilo que gostariam”, explica.Até agora, na maior parte dos países europeus ainda não foi encontrada uma solução satisfatória para tentar inverter esta situação.África é o continente que poderá aumentar de população mais do que os outros. “Prevê-se que em meados do século XXI, uma em cada quatro pessoas do mundo seja africana”, diz Teresa Rodrigues. Neste momento, no entanto, o continente ‘ainda’ só tem 16 por cento do total da população mundial mas passará a ter 25 por cento.

Otimista ou pessimista

Alguns otimistas consideram que o aumento da população poderá gerar crescimento econômico e prosperidade sem haver necessidade de sacrificar o meio ambiente. Já os pessimistas vêem no aumento da população um sinal de menor qualidade de vida.Teresa Rodrigues encontra-se “no meio” destas duas visões.
Segundo a professora do Departamento de Estudos Políticos da Universidade Nova de Lisboa, “desde que haja disponibilidade para investir”, do ponto de vista científico e tecnológico, “há possibilidade da população mundial continuar a crescer sem que os recursos naturais e o meio ambiente sejam muito afetados”.O impacto no ambiente “começa a ser grave quando os países em vias de desenvolvimento”, como a China e a Índia, “não estão dispostos a sacrificar-se” porque os países desenvolvidos quando fizeram o desenvolvimento econômico não tiveram preocupações desse tipo.



Fonte:http://www.cienciahoje.pt

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