Estas novas estimativas se basearam em dados fornecidos pelo telescópio espacial Kepler o qual, em fevereiro de 2011, anunciou mais de 1.200 novos candidatos a planetas extrasolares, grupo este que inclui potencialmente 68 exoplanetas tipo-Terra. O Kepler utiliza a poderosa técnica da análise do trânsito de objetos que procura diminuições na luz estelar quando um exoplaneta se move em frente da sua estrela hospedeira.
Os cientistas do JPL (Jel Propulsion Lab) da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA, focaram nos exoplanetas com aproximadamente o tamanho da nossa Terra que orbitam dentro das zonas habitáveis de seus sistemas, ou seja, corpos planetários que residem em órbitas onde a água pode permanecer no estado líquido na sua superfície.
Após análise de quatro meses de dados neste conjunto inicial fornecido pelo observatório espacial Kepler, os cientistas estimaram que cerca de 1,4 a 2,7% de todas as estrelas de massa próxima a do Sol tenham planetas tipo-Terra, isto é, aqueles objetos planetários que têm entre 0,8 e duas vezes o diâmetro da Terra e que residem dentro das faixas classificadas como zonas habitáveis nos seus respectivos sistemas.
“Isto significa que pode haver diversos análogos da Terra espalhados por aí, cerca de 2 bilhões em nossa galáxia, a Via Láctea,” afirmou o pesquisador Joseph Catanzarite, astrônomo membro da NASA/JPL. “Com este número fabuloso, a probabilidade da existência da vida (como a conhecemos) aumenta e até podemos pensar em vida inteligente em um punhado destes exoplanetas. E estamos falando apenas disto dentro da nossa Galáxia, há mais de 50 bilhões de galáxias (dentro do Universo observável)”.
Dentro de alguns anos, depois do trabalho de investigação de três a quatro anos de dados do Kepler, os cientistas especulam que sejam descobertos em torno de 12 mundos tipo-Terra na amostra tratada neste programa de detecção de exoplanetas. Os pesquisadores lembram que quatro destes já foram avistados nos quatro meses de dados anunciados até agora. Os cientistas da missão Kepler estimaram que, no total, podem haver em torno de 50 bilhões de exoplanetas na Via Láctea, embora nem todos sejam tipo-Terra ou estejam dentro da zona habitável da sua estrela.
No que diz respeito às 100 estrelas tipo-Sol próximas de nós, situadas em até algumas dúzias de anos-luz, estes números estatísticos sugerem que apenas duas possam ter mundos tipo-Terra. Mesmo assim, Catanzarite destaca que as anãs vermelhas podem hospedar também planetas tipo-Terra e que tais estrelas são bem mais comuns que estrelas tipo-Sol (cerca de 80% das estrelas em nossa galáxia são anãs vermelhas).
Embora os pesquisadores tenham alguns problemas em detectar um planeta tipo-Terra transitando em frente das tênues anãs vermelhas, os cientistas estão atualmente se esforçando para descobrir tais exoplanetas em torno das estrelas de menor porte que o Sol estudando os efeitos das interações gravitacionais que exercem um sobre o outro.“Espero que algum dia eu ainda ouça falar sobre a descoberta de planetas tipo-Terra em zonas habitáveis orbitando estas estrelas,” afirmou Catanzarite.Catanzarite e o seu colega, Michael Shao, publicaram seus estudos na edição de 8 de março de 2011 da revista Astrophysical Journal.
Fonte:http://www. Space.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário