Considerado por muitos o primeiro ambientalista do Brasil,Reinhard Maack nasceu no dia 2 de outubro de 1892 em Herford, Vestfália, na Alemanha, sendo filho do secretário da Estrada de Ferro, Peter Maack, e de sua esposa Karoline, nascida Klinge. Os Maacks descendem dos “Dithmarschen” e pertencem à antiga estirpe portadora de brasões. Os antepassados migraram para Bardowick, onde o “Winkelhof” é propriedade da família há muitos séculos. Lá nasceu o pai de Reinhard Maack. Esse passou sua infância em Herford, estudando durante 8 anos na escola pública Wilhelmsplatz. Em 1907 ingressou na tipografia de seu tio Wilhelm Maack em Luedenscheid, a fim de aprender as artes gráficas, cursando simultaneamente a escola de gravadores.
Seus interesses, entretanto, conduziram-no a uma profissão diferente que lhe proporcionaria conhecer países distantes. Especializou-se em Geodésia no Serviço de Cadastro Prussiano. Após os primeiros anos de aprimoramento, seu temperamento inquieto impelia-o para longe. Como o seu requerimento para tomar parte na Expedição Alemã à Antártica dirigida por Wilhelm Filchner fosse indeferido devido a sua pouca idade, ele viajou à África do Sudoeste em maio de 1911, a fim de tentar a sorte.Foi empregado pelo Serviço Geodésico de Windhoek, capital da Namíbia. A transferência para Samoa requerida pelo diretor de repartição, todavia, não pôde ser realizada em virtude do início da primeira Guerra Mundial.
á em 1923 Maack chegou ao Brasil como engenheiro de minas para a Companhia de Mineração e Colonização Paranaense, trabalhando no rio Tibagi e no oeste de Minas Gerais até 1926. Em 1927 efetuou para a Companhia Brasileira de Mineração de Carvão de Ferro no Rio de Janeiro o levantamento cartográfico das jazidas de carvão de Cniciúma e da zona de minério de ferro do pico de Itabira do Campo entre Congonhas e Serra da Piedade.
A partir de 1938 até a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, Maack desenvolveu suas atividades como procurador especial das firmas Otto Wolf e Deutsche Bahnbau A.G. para exportar minérios de ferro e madeira do Brasil em troca da importação de locomotivas, vagões etc.Neste período Maack deu prosseguimento às pesquisas geográfico-geológicas, descobrindo na serra do Mar o ponto orográfico culminante do Estado do Paraná por ele denominado “Pico Paraná” em homenagem a nosso Estado. Constatou que o pico Marumbi com 1.505 m (não 1.810m como era indicado erroneamente até então não é a maior elevação do Paraná. O “Pico Paraná”, escalado pela primeira vez em 13 de julho de 1941 pelo grupo Maack é com cerca de 1.922 m de altitude a maior elevação do nosso Estado e ao mesmo tempo do Brasil Meridional.
Entre seus trabalhos premiados destaca-se o estudo intitulado “A Deriva Continental”, que comprova a teoria Gondwânica, segundo a qual os continentes americano e africano foram unidos em um passado remoto. Esse trabalho rendeu a Maack um prêmio concedido pela Unesco.Depois de viver por um período no Rio de Janeiro, Maack mudou-se para Curitiba, para trabalhar como engenheiro de minas da Companhia de Mineração e Colonização Paranaense. Mas nunca abandonou suas pesquisas.
Já em 1949, ele previu o futuro ambiental do Paraná, apontando os riscos da erosão do solo e a mudança climática que seria provocada pela devastação da mata.“Devemos proteger as matas e promover mais sistemáticos reflorestamentos. Infelizmente, nesses últimos anos, não percebi nenhuma séria reação neste sentido e, em conseqüência disso, sou pessimista quanto ao destino das matas do Paraná”, declarou Maack. Hoje, restam apenas 4% da cobertura florestal original do estado.
Na Serra dos Dourados, Noroeste do estado, ele fez, em 1961, os primeiros contatos com a tribo indígena Xetás, hoje praticamente extinta. Nesse contato, Maack foi acompanhado por seu genro, um especialista em linguagem indígena e um cinegrafista.O próprio Maack registrou seu trabalho, por meio de fotos, filmes e descrições dos ambientes que explorou. Esse fator contribuiu para o resgate do trabalho do pesquisador, com riqueza de imagens e referências.Maack também atuou como professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Deixou várias obras fundamentais para a compreensão do estado, como “Geografia Física do Estado do Paraná” – publicada em 1968 e até hoje uma obra de referência na área –, o Mapa Fitogeográfico do Estado do Paraná (1950), o Mapa Geológico do Estado do Paraná (1953), “A Serra do Mar no Estado do Paraná” e “A Água e o Subsolo da Bacia do Paraná-Uruguai”. Ele morreu em Curitiba, em 26 de outubro de 1969.
Olá!
ResponderExcluirUm assunto com bastante atenção atualmente, e eu não conhecia a origem desta luta.
Sou paranaense e fiquei feliz em conhecer mais esta cultura do Estado.
Obrigada pela matéria!
Parabéns!
Abraços
É importante não deixar cair no esquecimento figuras tão importantes para a nossa história.
ResponderExcluirNão conhecia, mas graças ao seu resgate, passei a conhecer mais um personagem ilustre.
Parabéns!
Abraço,
Serenissima
Legal, não conhecia a história.
ResponderExcluir[]'s
Sem entrar em polêmica, mas no RGS o Henrique Lui Roessler, gaúcho nascido em 1896, começou a trabalhar pelo questão ambiental nos idos de 1939.
ResponderExcluirÉ considerado o pai do ambientalismo pois inspirou o movimento do RGS