O aumento de dióxido de carbono na atmosfera acelerou no ano passado, disse à Reuters nesta quarta-feira (25) a Agência Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.Os novos dados podem abalar a esperança de que a desaceleração da indústria e a diminuição das emissões de carbono, que começaram no fim do ano passado, pudessem temporariamente adiar a mudança climática.Alguns analistas esperavam que a recessão desse alguma margem para que o mundo revertesse o impacto sofrido pelo clima. Os novos dados da NOAA (sigla em inglês para a agência dos EUA que monitora oceanos e atmosfera) mostram que os níveis de dióxido de carbono registraram aceleração leve no ano passado."Para nós vermos (o impacto) na atmosfera, precisaríamos de uma forte queda das emissões, mas isso não aconteceu ainda e isso está muito claro a partir desses dados", disse Thomas Conway, cientista da área de clima da NOAA que ajudou a compilar os números."Se a mudança nas emissões é apenas um pequeno percentual, nós não vamos ver isso na atmosfera", disse Conway à Reuters, explicando que processos naturais, como a captura de dióxido de carbono por florestas e oceanos, mascaram pequenas mudanças nas emissões humanas, pelo menos no curto prazo.Com a recessão, a emissão de gases-estufa pelos países desenvolvidos vai cair cerca de 2 por cento neste ano, estimam alguns analistas. O efeito poderia ser muito maior se o mundo entrasse em uma crise mais ampla ou em uma depressão.As emissões devem continuar a crescer na China, tida por analistas como a maior emissora de carbono do mundo.O nível de dióxido de carbono no ano passado atingiu a média global de 384,9 partes por milhão (ppm) na atmosfera, 2,2 ppm a mais que em 2007. No ano anterior, a alta havia sido de 1,8 ppm, de acordo com os dados da NOAA.Os acréscimos anuais vinham sendo maiores na última década em comparação com os registrados nos anos 1980 e 1990, disse Conway.A aceleração é devida principalmente ao aumento nas emissões, acrescentou, mas também pode dar apoio à hipótese de que os oceanos, que atualmente capturam grande parte do carbono emitido pelos humanos, estariam ficando saturados.
Fonte: Estadão Online
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