segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Instituto de Desenvolvimento Ambiental apresentou na Protection Offshore tecnologia inédita para triturar e separar resíduos poluentes.

O “Papa-lâmpadas”, dispositivo que quebra e tritura as lâmpadas fluorescentes em questão de segundos, separando o gás de mercúrio, alumínio, pó do vidro, latão, plástico isolante, foi exposto numa unidade móvel montada no pavilhão do Programa Espaço S.A. – Sócio Ambiental, na Feira Protection Offshore, realizada em Macaé no mês de junho. A tecnologia é inédita no Brasil e foi concebida por cinco jovens engenheiros, estudantes de MBA que encontraram uma solução ágil e confortável para o descarte de lâmpadas fluorescentes. Com um capital inicial de R$ 70 mil, eles criaram uma unidade móvel, montada em um furgão, que recolhe as lâmpadas, tritura e ainda separa o gás de mercúrio do restante do material. "A idéia é levar o equipamento até a unidade geradora de lâmpadas queimadas, qualquer que seja o porte dessa empresa, escola, órgão público ou instituição", explica um dos sócios da Empresa Naturalis do Brasil, Júlio Gurgel. Segundo ele, apesar de não existir legislação que obrigue o descarte correto das lâmpadas, os institutos certificadores ambientais ou de qualidade determinam um procedimento adequado para esse tipo de lixo. "As empresas são obrigadas a estocar o resíduo em grande quantidade e isso ocupa espaço produtivo, além de aumentar o gasto com o frete para a destinação final”, observou.

Agressão ao meio ambiente

A falta de critérios no descarte, que resulta na quebra das lâmpadas fluorescentes é considerada uma das mais nocivas agressões ao meio ambiente e à saúde pública, pois dentre os diversos elementos químicos liberados na hora da quebra está o vapor de mercúrio. Segundo Gurgel, esse é um mercado inexplorado, pois hoje a esmagadora maioria das lâmpadas descartadas é jogada em lixo comum. "Temos dados que dão conta de que, no Brasil, cerca de 80 milhões de toneladas de lâmpadas fluorescentes são descartadas anualmente”, afirmou.A empresa cobra cerca de R$ 0,60 por lâmpada recolhida, além de uma taxa de transporte quando a unidade tiver que sair do município de São Paulo. A manipulação das lâmpadas, a trituração e o tratamento do gás de mercúrio são feitos dentro do furgão e os tambores são levados à central de triagem. Em média, o grupo recolheu nesse primeiro ano 30 mil unidades por mês. O equipamento foi submetido a testes no Instituto Paulista de Tecnologia, onde recebeu certificação por atender à norma ABNT-NBR 10004, que dispõe sobre o descarte de resíduos sólidos.


Texto de Lourdes Acosta

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