sábado, 13 de dezembro de 2008

Embalagem reciclada de defensivo agrícola


Empresa fabricará 3,5 milhões de embalagens recicladas a partir das próprias embalagens usadas de defensivos agrícolasJá está sendo testado o primeiro equipamento desenvolvido no País para fabricar embalagens recicladas de defensivos agrícolas. Com investimentos de R$ 2 milhões só na compra da máquina e seus acessórios, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) - entidade sem fins lucrativos formada por 76 empresas fabricantes de defensivos e por 6 entidades do setor agrícola - pretende transformar novamente em embalagens o plástico originado de recipientes usados.Em cumprimento a normas técnicas, a embalagem terá 60% de polietileno reciclado e 40% de polietileno virgem. “A máquina foi feita por encomenda por uma empresa de origem alemã, a Bekum”, diz o diretor-presidente do Inpev, João Cesar Rando. “Ela fabricará uma embalagem com três camadas: uma interna, com 20% de polietileno virgem, que estará em contato direto com o produto químico; uma sobre esta com 60% do polietileno reciclado e uma terceira, externa, com os 20% restantes do polietileno virgem.”

NÚMEROS

A pleno vapor, a máquina deverá processar 3.600 toneladas de polietileno - tanto virgem quanto reciclado -, que resultarão em 3,5 milhões unidades de embalagens por ano.“Até o fim de abril o equipamento estará em funcionamento na nossa fábrica, a Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A., instalada em Taubaté (SP)”, diz Rando, acrescentando: “A fabricação de embalagens de defensivos foi uma maneira de manter na própria indústria de agroquímicos a embalagem que ela mesma usa, fechando o ciclo dentro da própria cadeia, por meio da reciclagem.”Desde 2002, quando o Inpev passou a funcionar, foram recolhidas, em todo o País, por meio de 375 unidades recebedoras, 107 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos. Dos 100% das embalagens colocadas no mercado pela indústria, conforme explica Rando, 70% são embalagens primárias (o próprio recipiente plástico ou metálico onde vai o defensivo) e 30% de embalagens secundárias (as caixas de papelão que acondicionam os recipientes com o defensivo). Num programa de sucesso equivalente à reciclagem de latas de alumínio, Rando diz que a taxa de retorno e reciclagem do total de embalagens é alto: por volta de 80%, entre embalagens primárias e secundárias. “E, entre as embalagens plásticas, que formam o maior volume, praticamente 100% já são recolhidas e 95% disso reciclado”, explica Rando. “Este número só não é total porque parte das embalagens plásticas chega aos postos de recebimento do Inpev sem ter sido lavada ainda na propriedade rural e por isso não pode ser reciclada. “De tudo o que recolhemos, porém, apenas 7,5% a 8% são incinerados.” Em relação às embalagens de papelão, o Inpev pretende, no ano que vem, reforçar a campanha entre os produtores rurais para que elas também sejam devolvidas.
Fonte: www.estado.com.br

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